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Eleições

Os erros crassos da campanha de Marília


Por: REDAÇÃO Portal

31/10/2022
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Uma campanha derrotada tem a ligeira impressão de que tudo deu errado, mas isso não é verdade. Marília Arraes (SD) foi a última entrar no jogo da sucessão estadual, porém também a primeira a montar sua chapa e de pronto começou a liderar todas as pesquisas de intenção de voto, frutos do recall da eleição do Recife e de ter sido preterida em 2018 para o Governo do Estado. Mas ao longo do percurso, ela cometeu algumas falhas que foram decisivas. 

 

A primeira talvez a maior delas foi a necessidade de mudar de partido para disputar o pleito. Poucos foram aqueles que tiveram a sorte em mudar de legenda em cima da hora e vencer uma eleição, como Jarbas Vasconcelos, em 1985, no Recife. Marília tinha uma identificação com o 13 do PT e com todo o seu programa. Ficar longe da sigla de Lula e sair da maneira que saiu foi difícil. Chegou a ser ofertada a vaga do Senado, mas ela declinou em torno do seu projeto de ser governadora. 

 

Já no primeiro turno, talvez o maior erro foi não ter ido aos sete debates promovidos entre os candidatos. O saldo negativo dessas ausências foi maior do que ela imaginava, inclusive foi alvo de discursão interna na coordenação da campanha. Uma ala queria que Marília fosse, outra seguia a opinião da candidata de faltar. Enquanto ela estava ausente, seus adversários deitaram e rolaram, colocando em xeque seu preparo e capacidade de debate. 

 

Na virada para o segundo turno, com a comoção vivida pela adversária Raquel Lyra (PSDB), Marília não parou a campanha. Deu entrevistas, falou que o outro palanque era "bolsonarista com outras cores", se negou a adiar o início da propaganda eleitoral em um dia, não demonstrando respeito nem se compadecendo pelo luto passado pela tucana. Passou uma imagem de insensibilidade. 

 

Além disso, Marília virou monotemática: Lula e ponto final. Com a população com um sentimento de virada de página local, nacionalizar o debate não foi a estratégia deslocada. O argumento técnico de gestão superou o discurso político. Lula não foi milagreiro, como muitos pensam que ele é! Ainda ao receber o apoio do PT, a neta de Arraes recebeu a tiracolo a adesão do PSB, com todo o seu desgaste de 16 anos no poder. Ficou complicado para ela explicar que era uma candidata de Oposição com foto ao lado de João Campos e Lula de braços erguidos. A dificuldade que Danilo teve no primeiro tempo da eleição passou para ela no segundo. A adesão socialista foi um tiro de misericórdia na campanha. 

 

Por fim, Marília terminou a campanha na pior forma possível sem falar com os seus milhões de eleitores. Reconhecer a derrota por uma nota foi muito frio, diferente do que a candidata realmente é na vida. Aguardemos os próximos movimentos depois de um mergulho estratégico.

 

 

 

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