Opinião | Vocação para o poder
Quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi colocado em uma cela da Polícia Federal, muitos acreditavam que ali era o princípio da sua derrocada como figura pública. Vivendo em cenário tenebroso, os oportunistas preferiram trilhar outro caminho sem a presença do líder mor do Partido dos Trabalhadores. Mas depois da sua soltura, não faltou quem procurasse se reaproximar do líder petista. Principalmente, quando, salvo melhor juízo, as pesquisas apontam reais chances de sair vitorioso nas eleições presidências do ano em curso.
Aliar-se ao líder maior do Partido dos Trabalhadores, principalmente na região nordeste, vem sendo o principal amparo para fazer com que algumas candidaturas passem ter musculatura. Sem o apoio do ex-presidente Lula, as chances de vitória são quase impossíveis de se tornarem realidade. Não significa dizer que o atual presidente da República não tenha asseclas fieis. Para tanto, buscam construir uma narrativa acoplada à reeleição. Procurando alicerçar em um pseudodiscurso moralismo onde não raras às vezes, é utilizado para camuflar a pequinês das propostas. Aliás, propostas exequíveis no Brasil se encontram moribundas. Mas apesar do quadro nebuloso em que se encontra a política partidária nacional, o maniqueísmo propagado, talvez sirva de combustível para inflamar as candidaturas que até momento pontuam como maior densidade nas pesquisas de intenção de voto. Resta-nos apenas aguardar, se mais uma vez o eleitor será ludibriado, ou se terá cautela para escolher seus candidatos.
Apenas uma pergunta: por qual motivo, tem suplente falando mais que candidato?
Olinda, 20 de agosto de 2022.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.