Opinião | Voando para um novo ninho
Depois que o cristianismo passou pelo processo de religião oficial do Império Romano, ocorreram fatores positivos e negativos. Entre os positivos, podemos destacar que os cristãos deixaram de ser perseguidos e passaram e se tornaram protegidos pelo Império. Mas a adesão do Imperador Constantino ao cristianismo, também contribuiu para fatos negativos no arraial cristão. Basta lembrarmos que muitos aderiram ao cristianismo não por convicção, mas por conveniência, afinal, quem não queria professar a mesma fé do imperador? Para muitos historiadores e teólogos, a qualidade dos que agora estavam participando do novo credo maculou a originalidade do cristianismo. Agora eram participantes de um novo grupo, mas as práticas pagãs ainda se faziam presentes nas atitudes. Quando olhamos para realidade dos partidos políticos brasileiros, não fogem ao modelo adotado aos novos “cristãos”. Muitos procuram se filiar em algum partido que esteja na base do governo, geralmente com o afã de receber benesses públicas. Aqui em Pernambuco foi assim com o PSB quando Miguel Arraes era governador. Mas ao ser derrotado em 1998, por Jarbas Vasconcelos, logo no ano seguinte, o PSB sofreu várias baixas, onde aos poucos os partidos que estavam alinhados com o novo governador conviveram com novas filiações, principalmente o MDB. Bastou no ano de 2006, Eduardo Campos ser eleito para governar Pernambuco que o PSB mais uma vez recebeu novos filiados e assim foi até o ano de 2022. Agora é a vez do PSDB e partidos próximos a atual governadora do saudoso Leão do Norte, experimentarem o crescimento de filiados. Assim como foi no PSB em que muitos jamais foram socialistas, agora é o momento do PSDB de ter em seus quadros os que nunca foram socialdemocratas, mas sabem muito bem como ficar perto do poder.
Olinda, 27 de janeiro de 2024.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.