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Política

Opinião | Visita indigesta


Por: REDAÇÃO Portal

04/06/2023
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O recente encontro realizado na Capital Federal brasileira com a participação das maiores lideranças políticas da América do Sul, foi marcado pela presença indigesta do líder mor da Venezuela. Sua estadia em terras brasileiras causou e ainda vem causando certa celeuma na agenda política nacional. O presidente venezuelano, para muitos, não passa de um ditador e que o país vive seus piores momentos por conta da postura draconiana adotada por ele. Sendo assim, há quem faça apologia de que o governo brasileiro não deveria estender o tapete vermelho (qualquer semelhança da cor, não passa de mera coincidência), ao ditador. Por outro lado, o discurso oriundo do governo brasileiro é da necessidade de se observar a narrativa construída em relação ao que vive o país vizinho.
Nossa Carta Política em vigor, em seu Art. 4°, deixa explícita como deve se portar o Brasil com relação ao cenário internacional e principalmente com os países da América do Sul. Para tanto, cabe nas relações internacionais a procura constante de uma convivência amistosa, ainda que os ideais sejam antagônicos. Quando são! Porém, em nenhum momento deve ser motivo para se apequenar diante da insensatez praticada por quem quer que seja. Uma boa relação, jamais deve ser sinônimo de conivência com práticas perversas. Diante do que foi exposto, não devemos esquecer algumas coisas: a primeira delas é que no ápice da Pandemia provocada pela COVID-19, a falta de oxigênio para população do Estado do Amazonas, o governo venezuelano foi quem se preocupou em ajudar; segundo, aos que gostam de comparação é bom lembrar que o presidente que governou o Brasil de 2019-2022, quando era Deputado Federal, um ano depois da eleição de Hugo Chaves (Padrinho político do atual presidente), em uma entrevista ao Jornal Estado de São Paulo, disse que “gostaria muito que esta filosofia chegasse ao Brasil. Acho ele ímpar. Pretendo ir à Venezuela e tentar conhecê-lo”. Sendo assim, parece que a empatia com o governo venezuelano não é apenas do atual Presidente do Brasil. 

Olinda, 03 de junho de 2023.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.

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