Opinião | Síndrome do protagonismo
Entre tantos desafios que o ser humano tem que enfrentar, talvez o de tentar entender a si mesmo seja o mais intrigante. Não é por acaso a quantidade de correntes filosóficas, teológicas, psicológicas, antropológicas, sociológicas e históricas que se debruçam com o tema. Desvendar o indivíduo não é coisa para amador. Basta olharmos que muitos de nós estamos sempre insatisfeitos, presunçosos, egoístas, mas também solidário com a dor do outro.
Apostar nas atitudes do ser humano, requer um olhar aguçado e mesmo assim, correndo o risco de sofrer decepção. Geralmente ela surge de onde menos esperamos. Acontece que os estudiosos da conduta humana, afirmam que somos marcados por dois fenômenos: o primeiro deles é o da introspecção. Nele o ser humano carrega dentro de si fatos que marcam sua trajetória de vida sendo algo benéfico ou maléfico, fazendo com que ele não externe suas decepções ou sucessos. Por outro lado, existe o fenômeno da extrojeção. Através dela, o indivíduo externa seus sentimentos. A falta de domínio próprio pode levar o indivíduo à síndrome do protagonismo. Não é raro encontrarmos pessoas que acreditam que o mundo não existe sem ela. Se sentem insubstituíveis e tudo que realizam é melhor que o do seu semelhante, sentindo necessidade de holofotes. Advogam que o lugar de destaque deve ser sempre o seu lugar.
P.S. Será que construir viadutos não ameniza muito mais o trânsito caótico, ao invés de construir pontes?
Olinda, 05 de novembro de 2022.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.
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