Opinião | Sabedoria que vem das praças
Os relatos históricos afirmam que o nome filosofia tem origem em Pitágoras. Dizem que depois de falar em praça pública alguém o chamou de sophos (sábio). Ele teria refutado, afirmando que era um filosophos, ou seja, um amigo do saber. Portanto, o filósofo é amigo da sabedoria. Alguns séculos depois, especificamente na cidade de Atenas, surge um homem que iria revolucionar o pensamento mundial. Estamos nos referindo a Sócrates. Pessoa de notório saber e de profunda raiz. Entretanto, quando começou ganhando destaque, foi confundido com os sofistas e um dos motivos estava na forma em que interagia com o alunado nas praças. Mas o ensino socrático tinha preocupação libertadora, enquanto que o dos sofistas era tecnicista, buscando o sucesso. Enquanto Sócrates defendia que ninguém era mestre de ninguém, os sofistas se julgavam detentores de todo conhecimento.
Aqueles que nasceram no século passado, possivelmente devem lembrar-se dos famosos almanaques que eram distribuídos principalmente nas farmácias, trazendo informações superficiais, mas visava contemplar as variadas vertentes da informação. Tanto é que alguns construíram seu “conhecimento”, por intermédio das informações contidas nos almanaques. Como o quadro atual não é mais propício aos almanaques, mas pelas chamadas redes sociais, agora existem os que pautam as informações por intermédio dela e para tanto, como os sofistas se julgam detentores do conhecimento, amparado principalmente nas informações oriundas do whatsapp.
Olinda, 26 de agosto de 2023.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.