Opinião | Ressurreição eleitoral
Depois de passar um longo período preso, para muitos, o Senhor Luiz Inácio Lula da Silva havia encerrado sua trajetória política eleitoral e juntamente com ele o seu legado. Como um fantasma que se “enterra vivo”, ele conseguiu ressurgir das cinzas. Aos poucos, foi construindo a possibilidade de disputar mais uma vez à Presidência da República. Muitas vezes com discurso messiânico, Lula consegue se comunicar com as massas. Até os que desejam seu ostracismo, reconhecem sua capacidade de liderança. Alguém que sai dos chamados grotões da região Nordeste e chega a liderar o maior partido político de “esquerda” da América Latina, não deve ser encarado como algo irrelevante, embora não corrobore com suas ideias.
O terceiro governo comandado por Lula,certamente será marcado por muitas dificuldades. Além do quadro nefasto em que se encontra o país, fruto da ausência de prioridades do governo anterior, há uma divisão marcada pelo ódio no meio da sociedade brasileira. Portanto, talvez, um dos maiores desafios que será enfrentado pelo atual governo é se não unir, pelo menos acalmar os ânimos da população.
Lula recebeu majoritariamente por intermédio do povo, a oportunidade de governar o Brasil pela terceira vez, sabendo que depois de tudo o que passou recentemente, seu retorno ao Palácio da Alvorada, sinaliza que não pode repetir os erros do passado. Quem lhe concedeu a oportunidade de mais um mandato, acreditou que será diferente. Caso contrário, estará decretando o seu sepultamento eleitoral, assim como o fim de um sonho.
Olinda, 07 de janeiro de 2023.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.