Opinião | Profissionais de guerra

     O quadro histórico apresenta que ao longo dos anos a guerra sempre esteve presente com mais pujança do que a paz. Que nos diga os escritos de Tucídides com a famosa Guerra do Peloponeso. Assim como a famosa Guerra de Troia. Os relatos históricos também apresentam que, lamentavelmente, em nome da fé ocorreram grandes guerras onde muitas pessoas tiveram suas vidas ceifadas por não corroborarem com o mesmo credo religioso. 
     No século XIX, Kant vai apresentar ao mundo, sua famosa obra A Paz Perpétua. Nela, o alemão advoga da necessidade de se criar uma federação entre os Estados, visando um mundo de paz. Foi a partir da ideia kantiana que se criou a ONU. Embora os tratados internacionais sirvam para estreitar o relacionamento entre os países, infelizmente, não consegue sanar o afã dos conflitos internacionais. Em nome do poder, muitas pessoas perdem suas vidas, em clara demonstração que para o Estado, sua soberania é mais importante que a vida de um ser humano. O conflito entre Ucrânia e Rússia é mais um gesto de que a predominância é o desejo de dominação. O espírito de fraternidade entre os povos reverbera como mero discurso.
     Quando foi dado início da guerra entre Rússia e Ucrânia, acreditava-se que em pouco tempo terminaria. Lamentavelmente, muitas vidas estão sendo tiradas e não se tem nenhuma previsibilidade do fim do conflito. Notícias apontam que os dois países estão contratando pessoas que guerrearam na Síria para participarem como soldados. Assim como as antigas carpideiras, agora temos profissionais modernos de guerra.

Olinda, 24 de dezembro de 2022.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.