Opinião | O preço da independência
Embora Maquiavel tenha inaugurado a maneira de se pensar à política, não significa dizer que pensadores que o sucederam não buscaram teorizar um modelo ideal nas relações políticas. Para tanto, o liberalismo apresentado por Jhon Lock, apresentou lampejos de uma possível separação entre os poderes. É bem verdade que para o pensador liberal inglês, o legislativo deveria ser separado e deveria ter um tratamento especial, pois, é por seu intermédio que a sociedade se guia. Buscando o aprofundamento da separação dos poderes, quiçá tenha sido Montesquieu o melhor teórico do assunto. Não é por acaso que até nossa Carta Magna vigente em seu art. 2°, explicita como deve ocorrer às relações entre os três poderes.
Tradicionalmente, o imaginário popular faz com que, grande parte da população acredite que há hierarquia entre os três poderes e que o executivo sobrepuja os demais. Além disso, também desconhece o que compete a cada um. Infelizmente, no Brasil, ao longo da história, com algumas exceções, o Poder Legislativo, nas três esferas se comporta como apêndice do Poder Executivo e quando procurar se portar segundo suas funções, chega causar estranhamento, justamente por ser comum tamanha atitude. Com efeito, olhemos para o que vem ocorrendo na Casa de Joaquim Nabuco. Não são poucos os que insistem em atribuir que existem rusgas com o Palácio do Campo das Princesas. Bastou não dizer amém, para que sejam criadas especulações nas relações entre os poderes, atribuindo que tal atitude seja vista como um pecado mortal e o espírito republicano não estivesse sendo exercido.
Olinda, 23 de dezembro de 2023.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.
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