Opinião | O convidado que quer o presente
Há um adágio popular que diz o seguinte: “Cavalo dado não se olha os dentes”. A lição que podemos tirar é que se somos agraciado com algum presente, é que algo existe para sermos contemplados. O presente deve ser espontâneo, do contrário, se alguém de alguma maneira cobra para ser presenteado, deixa de ser algo espontâneo se tornando coação, agindo como um criança quando vai ao aniversário do colega, mas quer ficar com o presente do aniversariante.
Fruto até o momento do que apontam as pesquisas, o prefeito da capital pernambucana se apresenta com certo favoritismo na disputa do ano em curso. Tanto é, que embora não seja externado, fala-se que nos bastidores, acredita-se que sairá vitorioso logo no primeiro turno. Caso não venha ocorrer, o assombro ganhará destaque no segundo turno. Concretizando o projeto da reeleição, será “naturalmente” empurrado para mudar de Palácio. Assim, se explica o afã para que o prefeito aponte quem será o seu vice. Ora, alguém que se encontra em um cenário como ele, vai aceitar ser encurralado para satisfazer a sede de poder de aliados? Alguns estão querendo participar da festa, receber o presente sem ser o festejado. Querem ser agraciados e ainda escolherem o presente.
Sem ódio e sem medo
Hely Ferreira é cientista político.