Opinião | No país do misticismo
Uma senhora foi convidada para participar das festividades do réveillon. Ao indagar se precisaria levar algo para ajudar no jantar, recebe a informação que a única coisa que deveria levam era uma romã. Segundo ela, procurou a mencionada fruta, mas não encontrou. Mas o que será que levou solicitarem que sua contribuição era apenas uma romã? Para quem não sabe, a fruta é utilizada como simpatia. Há quem acredite que deve colocar alguns caroços dentro da carteira para atrair dinheiro o ano inteiro. Se realmente funcionasse, ninguém precisaria trabalhar. Bastava andar com alguns caroços da fruta dentro da carteira e o sustento anual estaria garantido.
Considerado por muitos o maior país católico romano do mundo, há quem diga que a predominância do misticismo é o que identifica o Brasil. Talvez seja por isso, que parte dos que se denominam católicos, acreditam em reencarnação, mas não aceitam a doutrina da transubstanciação. Dizem que são católicos, mas consultam e acreditam em horóscopo, pulam nas ondas do mar no início de cada novo ano. Mas não são apenas os seguidores do romanismo que são recheados de misticismo. O que dizer de alguns que se intitulam evangélico, na verdade, estão distante do que o protestantismo histórico sempre defendeu. Afirmam ser a Bíblia o livro que entoa sua regra de fé e prática. Mas quando se tem um olhar mais aguçado e sem dogmatismo, percebe-se que muitas das práticas em nada se comparam ao que se encontra na Bíblia. O que se enxerga é uma hermenêutica da conveniência e não da realidade.
Feliz Ano Novo!
P.S. Previsão para o novo ano: é mais fácil o Santa Cruz jogar a Série D, do que se tampar um buraco na cidade do Recife. Alguém duvida?
Hely Ferreira é filósofo e cientista político.