Opinião | Maniqueísmo eleitoral
Por Hely Ferreira*
Oriundo da Pérsia, criada pelo sacerdote Mani, o maniqueísmo ganhou amplitude na Roma antiga, propagando um dualismo do tronco do zoroastrismo, pregando que existia dois princípios: o do bem e o do mal. Sendo assim, o mundo seria governado a partir da luta constante pelos pontos antagônicos. O modelo maniqueísta de interpretar o mundo, exerceu influência na vida de Agostinho de Hipona. Mas com sua conversão ao cristianismo, entendeu que o mundo é governado exclusivamente por Deus. Não foi fruto do acaso sua preocupação em escrever com relação ao problema do mal. Embora o Maniqueísmo tenha vivido seus dias de glória em um período bem longínquo, ainda há quem o defenda. Alguns por realmente acreditarem que o mundo é regido por forças contrárias. Outros não acreditam, mas sentem que o discurso maniqueísta pode sofrer efeitos positivos, principalmente em período eleitoral.
Visando persuadir o eleitor, muitos candidatos acreditam que mexendo com valores intrínsecos da sociedade, pode ser um dos caminhos para obter sucesso nas urnas. Daí o crescimento do discurso aterrorizador de alguns candidatos, com ideias maniqueístas. Vale salientar, que parte dos candidatos se quer sabem o que o é maniqueísmo. Algo nada estranho, já que seu alvo é sua permanência ou chegada ao poder público e quase nada de preocupação com as necessidades do eleitor, embora dizem ser cristãos.
Olinda, 17 de setembro de 2022.
Sem ódio e sem medo.
*Cientista político