Opinião | Influência tucana

     Forjado na socialdemocracia, o PSDB surgiu no Brasil com uma proposta moderna e diferenciada. Figuras como André Franco Montoro, Sérgio Mota, José Serra, Fernando Henrique Cardoso e tantos outros, resolveram sair do PMDB e fundarem um novo partido. Mas quando chegou à presidência da república, adotou a agenda com viés neoliberal, aquele projeto que se apresentava como inovador, parte dele não passou de quimera.  Talvez tenha sido fruto da aproximação com o extinto PFL. Ao longo dos anos criou-se uma espécie de estigma com relação ao PSDB, sendo identificado como um partido em que a principal característica é ficar em cima do muro.
     A disputa para prefeitura da capital pernambucana, até o momento, tem sido um mote desafiador aos estudantes da política. Depois de muita expectativa de quem seria o candidato a vice-prefeito na chapa da situação, bem antes do anunciado, já se sabia quais partidos iriam acompanhar o atual prefeito na tentativa de ser reeleito. O mesmo não se podia dizer com relação ao PDT, pois, embora atualmente seja detentor do cargo de vice-prefeito, em alguns momentos, salvo melhor juízo, parece flertar com o Palácio do Campo das Princesas. A recente declaração oriunda do “neo-brizolismo”, deixa clara que o partido seguirá nas eleições municipais em cima do muro.

Hely Ferreira é cientista político.