Opinião | Fenearte: Tradição, cultura e desenvolvimento econômico para Pernambuco
*Por André Teixeira Filho
Pernambuco é o maior e melhor em linha reta em diversas frentes, a exemplo do Carnaval e do São João. Em um Estado tão rico culturalmente, não poderíamos deixar de esperar menos do que o título de Maior Feira de Artesanato da América Latina - A Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), uma realização do Governo de Pernambuco. Motivo de orgulho para todos os pernambucanos, como eu, essa conquista não fica apenas no imaginário. Fechamos a 24ª edição - que aconteceu de 3 a 14 de julho, no Pernambuco Centro de Convenções - com números expressivos, importantes não só para a nossa cultura, mas para o desenvolvimento econômico de Pernambuco.
Entre eles, destaco a movimentação econômica, que chegou a R$ 108 milhões. Valor impactante que leva em conta as vendas diretas e a projeção de negócios pós-vendas realizadas durante a Fenearte e tem um impacto sete vezes maior que o investimento inicial de R$ 15 milhões. O nosso foco é sempre mostrar que o artesanato pernambucano e a Fenearte são muito melhores e maiores do que já se imagina. Precificamos não só quanto foi vendido durante os 12 dias de feira, mas o que saiu de encomenda para ser entregue nos próximos meses. O ciclo fecha com o maior público pagante da história, tendo recebido, no total, 320 mil pessoas.
Durante a 24ª Fenearte, o Pernambuco Centro de Convenções foi palco de destaque para mais de 5 mil artesãos e expositores que ocuparam 700 espaços. Teve gente não só de Pernambuco expondo, mas de 24 estados + Distrito Federal e 28 países. Outro dado importante é que emitimos 379 novas carteiras do artesão durante a feira, um grande passo na profissionalização e reconhecimento de quem trabalha com essa arte.
Apesar de números tão expressivos, a Fenearte foi vista durante anos como uma política pública com prazo de validade, se concentrando apenas nos dias de realização da feira. Mas como o artesão viveria da própria arte, do próprio talento, se essa política não fosse ampliada? Foi pensando nisso que, em parceria com o Sebrae-PE, criamos o programa "Pernambuco Artesão". Além de qualificações, nós queremos dar oportunidade para as famílias que retiram seu sustento do artesanato para que, durante os 365 dias, eles possam garantir suas vendas e, consequentemente, mais reconhecimento, qualidade de vida e dignidade.
É por isso que eu digo que falar da Fenearte é, sim, falar de arte, de cultura, de turismo, gastronomia, moda, artesanato, mas, principalmente, entender que tudo isso é desenvolvimento econômico e como a economia criativa está inserida na cadeia produtiva de Pernambuco. Abraçar essa relação está sendo mais um passo para o fortalecimento desse cenário. Então, amigo leitor, fica claro que a 24ª edição da Fenearte acabou, mas o trabalho tá só começando!
*André Teixeira Filho - Presidente da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (Adepe)