Opinião | Espetáculo da barbárie

  Depois de dois anos sem acontecer a maior festa popular do país, aqueles que são adeptos do carnaval, aguardavam com ansiedade o retorno. Porém, as chamadas prévias demonstraram que os ânimos  estavam exaltados, refletindo diretamente no comportamento violento entre muitos foliões. A alegria para muitos se tornava em campo favorito para externar o desejo violento que estava adormecido por dois anos.

     Sempre que se fala em comportamento humano, naturalmente se levanta as tantas teorias desenvolvidas ao longo dos anos. Alguns entendem que não há natureza humana, mas uma construção, sendo ela fruto do convívio social. Porém, existem os que pensam de forma antagônica. Acreditam que existe uma natureza, sendo benéfica ou maléfica. Na opinião de Sócrates, o indivíduo pratica maldade por desconhecimento da bondade. Algo inaceitável para o pensamento hobbesiano. Na visão do contratualista inglês é justamente por conta da predominância da maldade, que fazemos um contrato procurando arrefecer as atitudes predominantemente danosas.

     Por mais que se diga que as ocorrências policiais durante o período momêsco diminuíram, mesmo assim, assistimos comportamentos de barbárie entre aqueles que se orgulham em ser dotados de razão. E se não fosse? 

Olinda, 24 de fevereiro de 2023.

Sem ódio e sem medo.

Hely Ferreira é cientista político.