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Política

Opinião | Desilusão das urnas


Por: REDAÇÃO Portal

22/10/2022
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     Nem precisa terminar o calendário eleitoral, para voltar ao centro do debate um tema bastante conhecido. Fruto da falta de conhecimento da história política nacional, cada eleição que se passa volta com pujança a choradeira dos que disputam cargos que são leitos pelo critério proporcional. Os mesmos se dizem injustiçados por muitas vezes obterem mais votos que os que conseguem um mandato.
     Na tentativa de resolver o revés sofrido nas urnas, alguns tentam encontrar caminhos para não mais sofrerem desilusão eleitoral, pois, a mesma, alguém já disse ser maior que a desilusão amorosa. Sendo assim, quem mais sofre é o modelo adotado, fazendo com que seja posto o debate em que o critério majoritário seria o mais justo e a solução para o problema dissonante dos resultados, vez que, entendem que o critério de atingir o quociente eleitoral é injusto. Será? Acontece que teria que ser criado outra forma, pois aqueles que defendem que os vencedores devem ser os mais votados, esquecem ou desconhecem que desde 1824, o Brasil elege seus representantes para a Câmara dos Deputados. Durante o Império os deputados eram eleitos por diversas maneiras. Lembrando que até 1880, o sistema era em dois níveis. A partir de 1881, as eleições para Câmara passaram a ser de maneira direta. Na Primeira República, três sistemas eleitorais foram adotados tendo o modelo majoritário como padrão. Entre eles, o de maior duração foi de 1904-1930. Nesse período, as eleições foram marcadas por constantes fraudes. Porém, em 1932, adotou-se um novo código eleitoral que procurou modernizar o processo de votação. Sendo assim, qual seria o critério justo?

     Olinda, 22 de outubro de 2022.
     Sem ódio e sem medo.
     Hely Ferreira é cientista político.

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