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Política

Opinião | Benefícios e malefícios de uma campanha eleitoral


Por: REDAÇÃO Portal

10/09/2022
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     Antes de tudo, devemos lembrar do Walter Benjamin em seu famoso texto Rua de Mão Única. Sendo assim, os fatos históricos devem ser contados não apenas por um víeis. Durante o período eleitoral torna-se possível observar os malefícios e os benefícios que ocorrem durante o calendário eleitoral. Entre benefícios, um deles é a aproximação produzida entre o eleitor e o candidato. Na busca pelo voto, parte dos candidatos se comportam como se tivessem alguma identificação com o eleitorado. Sendo assim, o aperto de mão e o abraço, são incorporados ao comportamento. Adentram nas residências mais humildes, sentam-se ao lado do eleitor e alguns até choram com o estado de fome e de miséria que campeia na vida da população. Prometem o que sabe que não vão fazer, mas o eleitor bem-intencionado, deposita um pouco da esperança que ainda existe. Entretanto, há um grupo que se preocupa em acompanhar à conduta dos seus representantes e quando não corresponde, procura expurgar por intermédio do voto, os que não honram o mandato que lhe fora concedido.
     No que tange aos malefícios, os mesmos são mais constantes na vida da população. O descaso do poder público para com os que mais precisam é algo rotineiro. Filas e tetos de hospitais desabando. Os buracos fazendo aniversário e para não falar na falta de espírito público. Preferem priorizar o espírito privado, em clara demonstração que o projeto não é de governo, mas para manter-se no poder. Não é por acaso o crescimento de cargos criados com salários que fogem da realidade do que parte significativa da população recebe. Não é exagero afirmar, que os óbolos são os mimos que são repassados para os asseclas. Até mesmo, quando se propaga que as benesses são temporárias. E tem que ser, pois tudo na vida tem fim e o fim parece-nos que vem chegando de maneira tenaz.
     Talvez um dos grandes malefícios de uma campanha, seja o jogo baixo que alguns adotam para permanecerem no poder. Utilizam métodos escusos até com seus companheiros de chapa, além de procurar tolher o surgimento de novas lideranças.  Para tanto, praticam guerra hobessiana, destilando veneno de víbora que saem dos seus lábios, o olhar parcialmente mortal e mesmo assim, ainda posa de bom moço. 

Olinda, 11 de setembro, 2022.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.

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