Opinião | Apunhalados pela frente
Durante longo período na legislação eleitoral brasileira, era permitida as famosas coligações partidárias. Com o fim delas, o destino de algumas siglas históricas, estariam condenadas ao desaparecimento. Mas como diz os hermeneutas, propositalmente o legislador deixa algumas brechas para que exista a dinamicidade da aplicação do direito ao caso concreto. Sendo assim, encontraram como saída para sobreviverem eleitoralmente a decantada federação. Por intermédio dela, os partidos se unem comportando-se como se fosse apenas um.
Recentemente, tem sido propagado pelos meios de comunicação que anda em processo avançado a mais nova federação, composta pelo PSB, Solidariedade e PDT. Embora alguns entendam não ser possível, pelo fato de não ser ano eleitoral. Mas levando em consideração que aqui é o país do jeitinho, caso venha ser confirmada à federação, quadros importantes das três siglas poderão ficar em situação nada confortável. Entre eles, a ex-candidata ao governo de Pernambuco em 2022, pelo Solidariedade, vive às turras com o PSB local.Apenas lembrando que quando disputou à prefeitura da cidade do Recife pelo PT, no ano de 2020, seu primo e atual prefeito disse em um dos debates que “o PT era sinônimo de corrupção. Será que ela concorda com à federação? Por fim, o ex-candidato à presidência da República o ano passado (2022), pelo PDT, já foi filiado ao PSB e não foi nada pacífica sua passagem por lá. Se a máxima estiver certa de que política é arte de comer sapo, vai faltar girino. O certo é que com a possibilidade da federação, alguns quadros estarão sendo apunhalados pela frente.
P.S. Parabéns ao Recife e Olinda.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.