Opinião | Ao prazer do eleitor
O estagirista Aristóteles, já dizia que o ouvido do homem encontra-se sempre inclinado para ouvir o que lhe agrada. E se for algo que se enquadre no campo das paixões, o problema certamente se agrava. Não é de hoje que os que são apaixonados por algum clube de futebol, possuem ojeriza aos comentários feita pela chamada imprensa esportiva quando o mesmo é direcionado ao seu clube de coração. Com efeito, não conseguem aceitar as críticas, mas apenas elogios. No campo da política não é diferente. Em regra, o eleitor gosta da literatura ou escutar apenas lisonjeio ao seu político de estimação.
Atualmente, muitos estão sendo cooptados pelo admirável mundo novo e outros carregados de rancor, não se esforçam para enxergar os fatos sem uma pitada de amargura, escondendo o ranço que carregam por se sentirem preteridos. Mesmo assim, procuram apresentar-se com fidalguia. Aliás, é justamente o modelo encontrado para disfarçar seus recalques históricos. O fato é que o amor, a paixão e o ódio andam juntos e para externarem, basta apenas ser acionado o dispositivo sentimental.
Olinda, 12 de agosto de 2023.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.