Na Paraíba, Sudene amplia o diálogo com o ambiente acadêmico pela integração de ações de desenvolvimento regional
Durante participação de painel no XXIX Encontro Regional de Economia do Nordeste, Autarquia também destacou importância da territorialização das políticas setoriais para maior adensamento das cadeias produtivas presentes na região.
Diante de estudantes e pesquisadores das ciências econômicas, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste ressaltou a aproximação com o ambiente acadêmico como um dos elementos mais importantes para promover a convergência de ações que estimulam o desenvolvimento econômico e social da região. Estreitar o diálogo com as instituições de ciência e tecnologia foi uma das medidas destacadas pelo superintendente Danilo Cabral no Painel de Desenvolvimento do Nordeste, que integrou o XXIX Encontro Regional de Economia do Nordeste, realizado nesta sexta-feira (06) na Universidade Federal da Paraíba.
“Vivemos o movimento de trazer todo mundo de volta - a academia, as universidades – para pensar o Nordeste de hoje e de amanhã. Este é o papel da Sudene, sendo articuladora das forças vivas da sociedade que tem corresponsabilidade no desenvolvimento da região”, disse o gestor durante a apresentação sobre os desafios e oportunidades do Nordeste no contexto da nova economia e das políticas setoriais de desenvolvimento executadas pelo Governo Federal.
Na opinião do superintendente, uma das maiores adversidades que a região precisa superar é a disparidade entre o contingente populacional e a participação da economia nordestina no produto interno bruto brasileiro. “Isso sintetiza tudo que temos em termos de desafio para a pauta do Nordeste. Nós somos quase 27% da população brasileira e representamos apenas 13% do PIB. Isso mostra o quanto o Nordeste ainda tem a avançar não apenas do ponto de vista do desenvolvimento econômico, mas sobretudo social”, analisou Danilo Cabral
As recentes inovações aprovadas pelo Conselho Deliberativo da Sudene na aplicação dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e o restabelecimento do ambiente de diálogo com os agentes financeiros regionais também foram elencados pelo superintendente como pontos de convergência importantes para a consolidação do novo momento de crescimento econômico da região. “Aprovamos a utilização dos recursos do FNE para revitalização de centros urbanos históricos e retrofit, estimulando a reocupação destes espaços. Retomamos o comitê de instituições financeiras federais para discutir novamente a aplicação dos recursos. A reativação do espaço político do Conselho Deliberativo da Sudene é importante neste sentido”, destacou.
Segundo o Banco do Nordeste, a execução orçamentária do FNE na Paraíba já chegou a R$ 1,4 bilhão em 2024, com metade destes recursos sendo contratados por empreendedores localizados no semiárido. O setor de serviços tem a maior participação na contratação de crédito no estado, com R$ 496,3 milhões.
A “janela de oportunidades” do Nordeste, na visão do superintendente, também passa pelo adensamento das cadeias produtivas, ao promover, nesta atividade, a contextualização de ações como a Nova Indústria Brasil (NIB) e o novo PAC.
O encontro ocorrido na UFPB contou ainda com a participação da Secretária Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial, Adriana Melo; do presidente da Associação Nacional dos Centros de Pós-graduação em Economia (ANPEC), professor Cássio Besarria; do coordenador da pós-graduação em Economia da UFPB, Jevuks Matheus de Araújo; e do superintendente do Banco do Nordeste na Paraíba, Rudrigo Otávio Andrade Araújo.
Responsável pela condução de ações de fortalecimento da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), Adriana vê o Nordeste como protagonista do avanço da economia brasileira. “Através desta política contextualizada à realidade territorial, podemos alavancar oportunidades do Nordeste no âmbito das energias renováveis, na modernização dos setores tradicionais e na integração deles com os mercados globais. E o processo de interiorização do desenvolvimento no Nordeste, através das cidades médias, tem maturidade para catalisar processos produtivos mais densos”, comentou a especialista.
Além do superintendente Danilo Cabral, representaram a Sudene o diretor de Administração, José Lindoso e os economistas José Farias, Lautemyr Canel e Diana Dias Sampaio.