Carregando
Recife Ao Vivo

CBN Recife

00:00
00:00
Política

Lula diz que não reconhece vitória de Nicólas Maduro na Venezuela


Por: REDAÇÃO Portal

15/08/2024
    Compartilhe:

Mais de duas semanas após as eleições na Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira não reconhecer a declaração de vitória de Nicolás Maduro nas eleições, proclamada pelo Conselho Nacional Eleitoral no dia seguinte à votação, declarando que o venezuelano “sabe que está devendo” uma explicação ao mundo. Lula afirmou também que, se Maduro tiver “bom senso”, poderia convocar novas eleições no país — proposta que lhe foi sugerida pelo assessor especial da Presidência, Celso Amorim. Segundo o brasileiro, uma das sugestões é criar um “governo de coalizão” com a oposição venezuelana.

“Ainda não (reconheço que Maduro ganhou a eleição). Ele sabe que está devendo uma explicação para o mundo. Ele sabe disso” — “, afirmou Lula durante entrevista à Rádio T, em Curitiba.

Lula afirmou ainda que se o presidente venezuelano tiver “bom senso” ele poderia convocar novas eleições, com participações de olheiros internacionais. A ideia de sugerir a Maduro realizar uma nova eleição para tentar pacificar o país havia sido defendida pelo assessor internacional da Presidência, Celso Amorim, mas é a primeira vez que o presidente brasileiro defende publicamente. Lula afirmou, contudo, ser preciso discutir melhor para não tomar uma decisão “precipitada” sobre o assunto.

“O Maduro tem seis meses do (atual) mandato ainda. Se ele tiver bom senso, ele poderia tentar fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições, estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral supra partidário que participe todo mundo e deixar que entre olheiros do mundo inteiro. O que eu não posso é ser precipitado e tomar uma decisão. Um governo de coalizão com oposição pode ser saída”, completou o presidente brasileiro.

O Brasil tenta junto com Colômbia e México a abertura do diálogo entre o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, e o presidente Nicolás Maduro, declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Segundo afirmou Amorim nesta semana, a ideia de nova eleição, que funcionaria como uma espécie de segundo turno, ainda é embrionária e ainda não foi discutida com os outros países envolvidos.

Nesta semana, Lula fez um novo contato com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e com o do México, Andrés Manuel López Obrador, para tratar sobre o tema. Embora não tenha dado detalhes sobre a conversa, Lula afirmou que tentaram encontrar uma saída para o impasse nas conversas.

Amorim afirmou que levou a sugestão a Lula após ouvir outros atores internacionais. Na hipótese de haver um “segundo turno”, ele defendeu que a União Europeia suspenda as sanções em vigor e envie observadores para a eleição.

Desde que ouviu a sugestão, Lula tem considerado o assunto e chegou a tratar sobre o tema na última reunião ministerial, realizada na semana passada. Na ocasião, afirmou que Maduro deveria ter tido, ele próprio, a iniciativa de chamar uma nova eleição no país, segundo pessoas presentes no encontro. Embora afirmem que o assunto não é discutido formalmente dentro do governo, auxiliares de Lula admitem que um novo pleito poderia ser a solução para o conflito no país. Essa é a primeira vez que Lula fala publicamente sobre o assunto.

Integrantes do primeiro escalão dão como certo que a posição do Brasil no conflito pode impactar negativamente na popularidade de Lula, justo em um momento em que as últimas pesquisas Genial/Quaest e Ipec mostram o primeiro aumento da popularidade do petista em 2024.

Notícias Relacionadas

Comente com o Facebook