Hackathon Recife debate a macrodrenagem da bacia do Rio Tejipió
Evento reunirá especialistas holandeses e brasileiros que irão aprofundar os estudos das soluções contra alagamentos na cidade. O objetivo é preparar o Recife para o período de as chuvas e proteger as pessoas dos impactos de eventos climáticos extremos
A Prefeitura do Recife, por meio do ProMorar, vai realizar entre os dias 14 e 17 de novembro um evento que reunirá especialistas holandeses e brasileiros para discutirem juntos a macrodrenagem da bacia do rio Tejipió. A embaixadora adjunta dos Países Baixos no Brasil, Afke Mulder, é presença confirmada para abertura do “Hackathon Recife – Modelando uma cidade resiliente”. Com o evento, a gestão municipal intensifica os esforços na busca de soluções mais resilientes para a cidade, através de equipe técnica especializada e ferramentas de ponta.
O objetivo do Hackathon é debater num coletivo de especialistas em recursos hídricos, mudanças climáticas, drenagem e planejamento urbano os estudos realizados até o momento para a bacia do rio e a viabilidade técnica de algumas soluções e medidas de adaptação. O tema se tornou ainda mais urgente a partir das chuvas ocorridas no ano passado.
Os especialistas vão apontar soluções no estudo, que, futuramente, deverão ser garantidas pelo ProMorar Recife. O programa municipal está em andamento na cidade com obras de encostas e de urbanização integrada em comunidades de interesse social. A macrodrenagem é um dos componentes do programa. O ProMorar tem o aporte financeiro total de R$ 2 bilhões, através do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Serão quatro dias de evento, sendo o primeiro de apresentação da bacia do rio Tejipió, as áreas vulneráveis, inundação e impactos das mudanças climáticas. Já no segundo dia será realizada uma visita de campo à bacia do rio Tejipió, entre eles o trecho que compreende as avenidas Recife e Dom Helder Câmara, um ponto crítico de alagamento da cidade. Também estão no roteiro da visita de campo Sapo Nú, Ponte da Ananias Caetano, Jardim Uchoa, Vila Aliança, Dancing Days e Ponte Motocolombó. Nos dois últimos dias o foco será na discussão das soluções planejadas e modelos que podem apoiar os futuros projetos.
Para o Hackathon foram convidados cinco especialistas holandeses e 12 especialistas brasileiros. Entre eles, nomes como Carlos Tucci (UFRS), Jaime Cabral (UFPE), Susana Montenegro (APAC), Simone Rosa da Silva (UPE) e João Marcelo (BID) vão estar presentes no evento.
Entre os holandeses com presença confirmada, dois já estiveram no Recife no início do ano e conheceram de perto a bacia do Rio Tejipió, durante a visita da comitiva do Dutch Risk Reduction Team (DRR Team), ligado ao governo holandês. O professor Carlos Tucci, que já analisou o plano diretor de drenagem urbana da cidade, também se somará no aprofundamento dos estudos que irão embasar o projeto.
“Estamos ampliando as discussões para implantar as melhores soluções de adaptação aos eventos climáticos que podem acometer nossa cidade. A Prefeitura vem se preparando em diversas frentes, com investimentos em obras de encostas nos morros e vai promover urbanização integrada em comunidades de interesse social. A parte da macrodrenagem do Tejipió é crucial para reduzir os riscos de alagamentos”, afirma João Charamba, chefe de gabinete do ProMorar. “Não queremos ninguém morando em áreas de risco”, explica.
BACIA DO TEJIPIÓ - De acordo com os estudos de drenagem urbana no Recife feito para o ProMorar, o Rio Tejipió está como uma das principais bacias da cidade e a mais crítica em termos de vulnerabilidade aos eventos climáticos, em comparação ao Capibaribe e Beberibe. Anualmente, o rio transborda da sua calha, inundando áreas mais baixas da bacia, como avenidas importantes (Recife, Mascarenhas de Morais e José Rufino) e diversos bairros (IPSEP, Imbiribeira, Coqueiral, Jardim São Paulo e Tejipió). São vários os pontos críticos de inundação e alagamento por influência do rio e também das marés sobre da rede de drenagem.
A bacia do Tejipió tem suas nascentes no município de São Lourenço da Mata. A área total da bacia possui 93,2 km², com 67,79 km² no Recife, percorrendo aproximadamente 20 km de extensão. O processo de ocupação e as cotas baixas das margens dos cursos d´água são apontadas dentre as causas dos transbordamentos que acontecem anualmente no Recife.
AGENDA HACKATHON RECIFE
Data: 14 a 17 de novembro
Local: Casa Zero
Horário: 9h às 17h
VISITA DE CAMPO - Quarta-feira (15)
Manhã – 9h – Sapo Nú (ponte), Ponte da Ananias Caetano, Jardim Uchoa e Avenidas Recife e Dom Helder Câmara
Tarde – 14h – Vila Aliança (Rua Santa Terezinha), Dancing Days (Rua Dancing Days) e Ponte Motocolombó