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Entrevista | Estrategista político avalia as campanhas presidencial e estadual, comenta erros das pesquisas e evidencia o papel das redes sociais


Por: REDAÇÃO Portal

05/10/2022
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Em entrevista exclusiva ao blog, o estrategista político e diretor da Exata Inteligência Política, Paulo Moura, fez sua avaliação da campanha presidencial e apontou o percurso que o 2º turno terá em Pernambuco, além de comentar os erros das pesquisa e o papel das redes sociais nesta eleição.

 

Confira na íntegra:

 

ELIELSON LIMA:  As campanhas de Bolsonaro e Lula vêm adotando o discurso certo para esse momento do pleito?

 

PAULO MOURA: Acho que são dois atores políticos com estilo muito próprio. Difícil de moldar às circunstâncias. Lula, ao meu ver, deve insistir na pauta econômica, onde ele transita com mais propriedade do que Bolsonaro. A pauta de costumes não o beneficia. 

 

Bolsonaro precisa se acalmar, mostrar mais serenidade, pois já tem garantido o seu reduto cativo, mas tem dificuldade de avançar para conquistar o eleitor moderado.

 

EL: Qual sua opinião diante dos erros grosseiros dos institutos de pesquisa?

 

Paulo Moura: É preciso um franco diálogo entre os institutos e com a sociedade. A sociedade mudou, as formas da opinião pública se formar e se propagar passaram por profundas transformações. Não é possível que não haja nenhum impacto disso nos levantamentos eleitorais. A questão dos recortes amostrais, muito debatidas, perante um censo desatualizado, deveriam impulsionar soluções metodológicas que possam ser mais aderentes a essas novas dinâmicas da sociedade. 

 

Há também um erro interpretativo por parte de quem "consome" esses estudos, mas nem por isso os institutos devem se omitir. Que tal abrir frentes de diálogo amplas com a sociedade, para além dos períodos eleitorais?

 

As proposições para punir, cercear a divulgação, tudo isso, na minha opinião, é feito sob forte emoção e contágio pelo contexto da eleição. É preciso desprender dessas emoções e fazer esse diálogo de forma produtiva e construtiva.

 

EL: As redes sociais foram decisivas nessa eleição? Fizeram parte da estratégia ou foram o carro-chefe?

 

PM: Foram decisivas, ainda que tenha havido uma retomada dos eventos presenciais, de eventos de massa, que têm amplo poder de mobilização e engajamento das pessoas. Mas essa separação entre o on-line e o off-line perde cada vez mais o sentido. São formatos que se retroalimentam, interagem, se reforçam e repercutem os conteúdos e linguagens. Nesse contexto, não há como mensurar a importância de cada canal isoladamente.

 

Todas as plataformas são indispensáveis e nós utilizamos todas.

 

EL: Em Pernambuco, com duas mulheres no 2º turno, qual será o diferencial para obter a vitória?

 

Vejo que nesse segundo round, a nacionalização do debate pode se impor de forma mais marcante. Uma das candidatas já vem com esse percurso, mas a outra evitava a nacionalização. Provavelmente será cobrada a se posicionar e isso pode afetar o ânimo do eleitorado local.

 

São duas mulheres que inspiram força; duas mulheres que têm seu lado humano emocional potencializado pela condição que atravessam - uma gestante, a outra passando pelo luto inesperado.

 

A tônica da comparação das suas histórias e currículos pode ser explorada para tentar gerar no eleitor um elemento importante para a tomada de decisão. Isso inclui os vices também.

 

EL: Agradecemos pela excelente análise!

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