Economia da tensão, Pablo Marçal e o futuro das eleições no Brasil

Por Alex Ribeiro, Doutor em História Política e Cientista Político

As eleições municipais têm suas peculiaridades. Cada região possui suas próprias características entre os competidores, e a cultura política local é um fator importante para analisar como o pleito acontece. No entanto, neste ano de 2024, os holofotes estão direcionados para o munícipio de São Paulo e, especificamente, para o candidato à prefeito Pablo Marçal. 

Ele é o nome mais comentado nas mesas de debate e por alguns atores políticos. O que chama atenção no candidato Marçal é o método utilizado na disputa. A sua forma se aproxima muito da chamada “economia da tensão”. Isso significa que os líderes tentam captar a atenção das pessoas, especialmente nas redes sociais, visando likes e compartilhamentos.

O aumento do uso de smartphones e redes sociais é uma ferramenta valiosa na política. Conteúdos interessantes ajudam a atrair eleitores, como no caso de Marçal, que busca votos.

Marçal usa cortes de debates e narrativas negativas sobre seus adversários nas redes sociais, criando divisões e desviando a atenção de problemas mais sérios da cidade. Em resumo, ele manipula tensões para tirar o foco de questões importantes. 

Como representante da direita radical, Marçal é visto como um político pós-bolsonarista. Um ator político que tem respaldo nesta base eleitoral e traz novas estratégias dentro do campo político. 

Com isso, Marçal traz algo singular nesta eleição e deve servir como alento aos próximos pleitos. Seu tipo de atuação em futuras disputas deverá continuar. E os partidos e instituições de vigilância e controle devem estar atentos para que essa abordagem não prejudique ainda mais o campo democrático.