Coluna da segunda | Bolsonaro fica sem palanque para chamar de seu em Pernambuco
Com o voto da candidata Marília Arraes (SD) no ex-presidente Lula e a posição de neutralidade adotada por Raquel Lyra (PSDB), o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) ficou sem um palanque para chamar de seu em Pernambuco. Isso deve prejudicar seu desempenho nas urnas no estado natal do seu adversário direto.
No primeiro turno, Bolsonaro teve claramente na candidatura de Anderson Ferreira (PL) sua real representatividade. Agora, os bolsonaristas terão que trabalhar dobrado, porque ficaram sem alguém que entregue a mensagem do presidente em nível local. Em outras palavras, Bolsonaro e seus apoiadores ficaram sem um nome para levantar sua bandeira e alimentar a polarização nacional aqui. Quem pode ajudá-lo neste quesito é a campanha da Marília Arraes, que quer imputar em Raquel Lyra a pecha de bolsonarista, mesmo com a adversária evitando declarar o voto publicamente.
A ala bolsonarista, liderada pelo ex-ministro Gilson Machado, por Anderson Ferreira, Feitosa e Meira, já entendeu esse desfalque, e por isso estão tentando construir agendas paralelas à disputa local. A motociata promovida ontem já foi uma sinalização ao eleitor de direita que não pode ser desmobilizado neste momento. Enquanto os petistas querem ampliar a votação de Lula em Pernambuco, os bolsonaristas precisam motivar seus eleitores a comparecerem nas urnas no dia 30.
DEBATE PRESIDENCIAL - Com um formato novo no Brasil e baseado nas eleições americanas, o debate da Band e do pool de emissoras entre os presidenciáveis chamou a atenção da condução. Os candidatos tiveram que administrar seus próprios tempos. O ex-presidente Lula, que participa de debates presidenciais desde 1989, se perdeu um pouco no fator tempo. Neste quesito, Bolsonaro se saiu melhor. Em resumo, o “respeito mútuo" foi mais presente do que nos embates no 1° turno.
EXPECTATIVA LOCAL – Por falar em debate, existe a expectativa para o primeiro encontro na sucessão estadual. Marcado para amanhã, o embate será promovido pela FIEPE e transmitido pela CBN Recife. Esse será o primeiro confronto entre as candidatas Marília Arraes e Raquel Lyra neste segundo tempo da eleição. Num clássico eleitoral como este em Pernambuco, os debates terão um peso maior do que tiveram no primeiro turno.
CHAMOU ATENÇÃO – Durante o grande evento promovido, ontem, pela candidata Raquel Lyra, em Caruaru, chamou atenção a ausência de representantes do grupo dos Coelhos. O ex-prefeito Miguel Coelho, candidato derrotado na eleição no primeiro turno, foi o primeiro a declarar voto na tucana. Ele está de molho por causa de uma pneumonia, mas seu grupo politico tem outros atores que poderiam ter batido o ponto na terra do Mestre Vitalino.
RÁPIDAS
RACHA NO BOLSONARISMO - Causou estranheza a decisão da deputada estadual Clarissa Tércio (PP), responsável pela coordenação da ala feminina da campanha à reeleição de Bolsonaro (PL) em Pernambuco, em isolar a candidata a vice-governadora, Izabel Urquiza (PL), no evento realizado no último sábado (15), no Recife, com a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
FAMOSO – O deputado federal pernambucano Renildo Calheiros (PCdoB) foi citado nominalmente por Jair Bolsonaro, durante o debate, por propor, segundo o presidente, uma emenda que liberaria estados e municípios a comprarem vacina durante a pandemia, sem a permissão da Anvisa e sem licitação. Para Bolsonaro, se ele tivesse liberado isso, não existiria a famosa CPI da Pandemia no Senado.
COMENTÁRIO – O comentário político de hoje na CBN Recife entra no ar em dois horários: às 6h45 e às 14h30. Você pode acompanhar pela rádio 105.7 FM ou pelo site cbnrecife.com. Sugestão de pauta: [email protected]
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