Armando avalia desafios econômicos do segundo semestre de 2024 no Brasil
Enquanto o país entra no segundo semestre de 2024, a política econômica do governo enfrenta uma série de desafios que testam sua capacidade de implementar reformas estruturais e manter a estabilidade. Em entrevista, o Conselheiro da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, expressou entusiasmo com as iniciativas para o segundo semestre, mas também destacou a necessidade de um olhar crítico sobre as políticas propostas e os obstáculos a serem superados.
“O grupo de trabalho que analisa a regulamentação da reforma sob o comando do secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, já tem evoluído bastante. As reuniões do grupo começam a delinear os planos para sua implementação gradual, especialmente focando no ano de 2026 como um período crucial de transição e teste para os novos tributos propostos. Teremos tempo para ajuste e correção de erros", salientou.
Entre os principais pontos de atenção, o ex-senador mencionou a necessidade de uma política fiscal responsável e equilibrada, a urgência de medidas para controlar a inflação e o desafio de promover o crescimento econômico sustentável em um cenário global incerto. “O governo precisa se manter vigilante quanto ao controle dos gastos públicos. A estabilidade fiscal é fundamental para garantir a confiança dos investidores e evitar pressões inflacionárias. Medidas de ajuste fiscal devem ser implementadas com cuidado para não prejudicar a recuperação econômica, mas são necessárias para manter a trajetória de sustentabilidade das contas públicas”, afirmou.
Além da reforma tributária, Armando enfatizou a necessidade de outras reformas estruturais. “A reforma administrativa e a reforma da previdência são essenciais para melhorar a eficiência do setor público e garantir a sustentabilidade fiscal no longo prazo. Essas reformas são difíceis, mas necessárias para criar um ambiente econômico mais favorável”, observou.
“O sucesso das reformas depende de um esforço conjunto entre o governo, o setor privado e a sociedade civil. Precisamos de um debate aberto e construtivo para encontrar as melhores soluções para os desafios que enfrentamos”, finalizou.