A foto de Eduardo que mudou a história
O ano de 2018 se anunciava difícil e o clima político era de profunda instabilidade após a prisão do ex-presidente Lula. Nessa conjuntura, os partidos buscavam alternativas para disputarem as eleições presidenciais.
Em abril daquele ano, o PSB, sob as recomendações do mago argentino Diego Brandi, filiou o ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa, que estava disposto a concorrer às eleições. Mas, apesar das recomendações de alguns dos estrategistas políticos do partido, havia insegurança se de fato deveria levar adiante o projeto de candidatura própria.
Em meio a muitas reuniões, o ex-ministro, desacostumado ao vai-e-vem da política, se inquietou e pediu ao presidente Carlos Siqueira uma reunião para definir de uma vez por todas se botava o bloco na rua. Numa terça-feira de maio, Siqueira convocou um grupo de altos dirigentes formado por Paulo Câmara, Geraldo Julio, Rodrigo Rolemberg, Marcio França e Beto Albuquerque, além, claro, do pré-candidato.
A conversa seguia bem, indicando a consolidação da candidatura presidencial do PSB, quando, de repente, um barulho estridente invadiu a sala. Todos se voltaram para o lado de onde vinha o estouro e perceberam que um retrato enorme de Eduardo Campos caiu da parede. Com excessão de Joaquim Barbosa, os demais participantes conheciam bem o ex-governador de Pernambuco e entenderam a queda do retrato como um sinal de que desaprovava o encaminhamento, e os ventos, que até então sopravam a favor da candidatura, mudaram de direção.
A partir daquele instante, quem pedia a palavra jogava um balde de água fria na possibilidade de candidatura presidencial. Barbosa achou tudo muito estranho e também murchou.
No mesmo dia, o ex-ministro publicou mensagem no Twitter informando a desistência da candidatura.
"Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei à uma conclusão. Não pretendo ser candidato a Presidente da República. Decisão estritamente pessoal", postou Barbosa.