“Vira homem”: passageiro é vítima de homofobia por motorista de aplicativo em Jaboatão
O caso aconteceu na última quinta-feira (7), por volta das 6h, enquanto Paulo Lamenha seguia para o trabalho

Foto: Reprodução/WhatsApp
Um homem de 35 anos foi vítima de homofobia ao solicitar uma corrida por aplicativo, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, enquanto aguardava o motorista para ir ao trabalho. O caso aconteceu na última quinta-feira (7), por volta das 6h. O coordenador financeiro Paulo Lamenha, que é assumidamente gay, recebeu mensagens do condutor o chamando de "parasita" e mandando ele "virar homem".
À reportagem da CBN Recife, Paulo contou que não foi a primeira vez que pegou uma corrida com esse motorista por meio da plataforma 99 App. A outra viagem aconteceu dois dias antes, em 5 de novembro, por volta do mesmo horário.
"Apesar do motorista ter se mostrado mais rude e grosseiro comigo, a viagem ocorreu normalmente. (Ele) Não respondeu o meu bom dia, estava o tempo todo me olhando de cara fechada. Quando eu desci do carro, desejei um 'bom dia e um bom trabalho'. Ele simplesmente puxou a porta do carro com violência e saiu correndo de vez", disse.
O coordenador financeiro tirou print da conversa com o motorista, mostrando que não havia ocorrido qualquer tipo de contato entre os dois após a primeira viagem. Paulo fez questão de rechaçar a possibilidade de assédio por sua parte.
Foto: Reprodução/Whatsapp
"Tem gente que falou que conhece o motorista e que eu o assediei na viagem. Que apresentem as provas! Pois eu fui calado a viagem inteira”, reforçou.
Paulo Lamenha registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Piedade, em Jaboatão, e a Polícia Civil de Pernambuco informou que o caso está sendo investigado como “racismo por homotransfobia” - seguindo a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determina que os atos de homofobia e transfobia entrem na classificação de injúria racial.
Com a 99 App, Paulo relatou que fez a denúncia por volta das 8h11 e foi respondido cerca de uma hora e dez minutos depois. Em primeiro momento, a plataforma lamentou o “incidente” e se desculpou por qualquer "desconforto que possa ter ocorrido". Além disso, foi oferecido um desconto de R$ 10,00 para ser utilizado em 30 dias, caso o coordenador financeiro se sentisse confortável para fazer outra viagem.
Após a divulgação do caso na imprensa pernambucana, Paulo recebeu uma ligação da 99 App informando que seguiriam com o protocolo para suspensão do motorista e oferecendo assistência psicológica.
"Imagine, 5 dias após o ocorrido, o quanto esse motorista pode ter feito nesse período: e o que eu poderia ter feito, caso não fosse uma pessoa mentalmente saudável. Até para mim, que tenho o privilégio de fazer terapia, de ter uma rede de apoio boa, de ter uma mãe que me acolhe, foi horrível ler que eu era um parasita, um pedaço de lixo na terra”, relatou.
Em nota, a 99 App informou que lamenta e repudia veementemente qualquer tipo de discriminação, e que "uma equipe foi mobilizada para apurações internas e realizou o bloqueio do motorista". A 99 App ainda declarou que investe continuamente em treinamento e conscientização dos motoristas parceiros, e que se coloca à disposição para colaborar com as investigações.
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