Economista destaca que, mesmo com boas perspectivas para o segundo semestre, os números não serão suficientes para conter os impactos negativos dos primeiros meses do ano
Foto: Reprodução/G1
O varejo pernambucano apresentou alta pelo segundo mês consecutivo. De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, o mês de junho teve um crescimento de 10,32% nas vendas. Mesmo diante do cenário de pandemia, com o aumento do desemprego, o número surpreende de maneira positiva, já que a intensidade do crescimento ocorreu em meio à conjuntura difícil do consumo das famílias. Além disso, o desempenho estadual ultrapassou o cenário nacional, que teve um aumento de 7,98%.
Em entrevista concedida ao programa CBN Recife, o economista do Instituto Fecomércio Pernambuco, Rafael Ramos, destacou que os segmentos responsáveis pelo crescimento foram os de eletrodomésticos, móveis e materiais de construção, porque grande parte da população está apresentando um comportamento mais caseiro, ou seja, trabalhando em casa, passando mais tempo na residência e, consequentemente, as necessidades estão sendo potencializadas. Ele ressalta que o desempenho superior de Pernambuco também está atrelado ao auxílio emergencial. “Até junho, foram injetados R$ 4,4 bilhões em Pernambuco, que é o quarto estado, entre todas as unidades da Federação, que mais recebeu recursos do auxílio emergencial, ficando atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Bahia”, afirma o especialista.
Ainda segundo Rafael, a expectativa é que o segundo semestre deste ano seja melhor que o primeiro, visto que haverá a contribuição do auxílio emergencial, além do FGTS emergencial, com injeção de recursos na economia, o que elevará o nível de consumo. Sem contar com a tendência sazonal do período, que possui muitas datas comemorativas, como o Dia das Crianças, Natal, Ano Novo, Black Friday, e o 13º salário. No entanto, mesmo com boas perspectivas, ele afirma que os números não serão suficientes para conter os prejuízos dos meses mais difíceis do início do ano. “Os primeiros meses da pandemia, março e abril, foram muito intensos. A gente acredita que ainda não tem força para recuperar. Mas, as projeções de um comércio que cairia mais de 2 dígitos não existe mais”, explica Ramos.
Confira outras informações na entrevista completa com Rafael Ramos, disponível no play acima.
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