Porta-aviões São Paulo: antigas empresas donas repudiam afundamento e Ibama cobra informações à Marinha do Brasil
Apesar dos alertas feitos, o Ibama diz que “o destino da embarcação já estaria selado pelo acúmulo de avarias no casco”
Foto: Reprodução/Marinha do Brasil
Após o anúncio conjunto feito, na última quarta-feira (01), pelo Ministério da Defesa, Advocacia Geral da União (AGU) e Marinha do Brasil de que foi decidido que o antigo porta-aviões São Paulo, carregado com nove toneladas de amianto, será afundado em alto mar, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), solicitou à Marinha do Brasil novas informações para que, a partir do eventual naufrágio do ex-navio, os danos ao meio ambiente venham ser minimizados e reparados.
O pedido foi realizado, de acordo com nota publicada pelo Ibama na noite desta quinta (02), após a Marinha comunicar oficialmente, em 30 de janeiro deste ano, a decisão de realizar o afundamento controlado da embarcação.
Ainda no comunicado, o Ibama diz que “desde o descomissionamento do porta-aviões, em novembro de 2018, e sua venda para uma empresa turca, em 2021, que a autarquia se empenha para assegurar a destinação ambientalmente adequada da embarcação, em conformidade com as exigências estabelecidas na Convenção de Basileia, tratado internacional sobre movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos, do qual o Brasil é signatário e o Ibama, a autoridade responsável”.
O ex-navio está proibido de atracar em Pernambuco desde o dia 5 de outubro do ano passado, no entanto, foi “há três semanas, que oito servidores do corpo técnico do Instituto indicaram por meio de nota técnica possíveis impactos ambientais decorrentes de eventual afundamento da embarcação”.
Apesar dos alertas feitos, o Ibama diz que “o destino da embarcação já estaria selado pelo acúmulo de avarias no casco”.
Todo o impasse se dá uma vez que a reciclagem segura e ambientalmente adequada de embarcações com substâncias tóxicas não é feita em nenhum porto do Brasil. Contudo, há estaleiros credenciados para fazer essa reciclagem na Itália, Noruega, Dinamarca e Turquia.
A MSK e SOK, antigas empresas donas do porta-aviões São Paulo, em nota de repúdio também publicada ontem, afirma que os mais de 100 dias que o ex-navio trafegou pela na costa de Pernambuco, foram “distância suficiente para alcançar qualquer lugar do mundo”, e que o sentimento é o desejo, por parte das autoridades brasileiras, de “se afastar de responsabilidades”. Segundo as empresas, agora que o País “está com a posse e propriedade da embarcação, a solução mais rápida e menos custosa é afundar o navio”. Algo descrito como "conveniente e econômico”.
A CBN Recife tentou contato com a Marinha do Brasil para saber, de fato, quando será o afundamento, a localização exata da embarcação, e se o órgão assume a responsabilidade de quaisquer danos causados pelo processo, mas, até o fechamento desta reportagem, não obteve resposta.
Confira mais informações na reportagem de Assíria Florêncio disponível no play acima.
Notícias Relacionadas
- Por REDAÇÃO
- 24/05/2024
BC libera 4 mil unidades de moeda de 200 anos da Constituição de 1824
Em abril deste ano, o BC já havia produzido 3 mil unidades desta moeda
- Por REDAÇÃO
- 13/05/2024
Anatel abre consulta para ampliar prefixo 0303 nas ligações comerciais
O código poderá ser estendido para atividades que gerem alto volume de...
- Por REDAÇÃO
- 13/05/2024
Vozes negras ainda são silenciadas 136 anos após a assinatura da Lei Áurea
E quando falamos de mulheres negras, o racismo, que em nossa sociedade é...
- Por REDAÇÃO
- 11/05/2024
Mega-Sena pode pagar prêmio de R$ 47 milhões neste sábado
As apostas podem ser feitas até às 19h em casas lotéricas ou via internet,...
- Por REDAÇÃO
- 08/05/2024
Governo de Pernambuco recebe donativos para o Rio Grande do Sul; saiba onde doar
Das 8h às 17h, os mantimentos podem ser levados ao Quartel do Comando Geral...
- Por REDAÇÃO
- 03/05/2024
Ministro Paulo Pimenta garante que Concurso Nacional Unificado ocorrerá no domingo
A possibilidade de adiamento da prova havia sido considerada devido à...