Polícia trabalha com a hipótese de que o atentado contra a delegação do Fortaleza era, originalmente, para a torcida adversária
A Operação Hooligans II foca agora nos mentores do crime
Foto: Polícia Civil/Divulgação
Com a prisão de mais dois suspeitos de envolvimento no ataque ao ônibus do Fortaleza, no Recife, que deixou seis jogadores feridos em fevereiro após o jogo contra o Sport pela Copa do Nordeste, a Polícia Civil de Pernambuco agora trabalha com a hipótese de que o atentado não era originalmente destinado à delegação do time cearense, mas sim à torcida organizada adversária.
Em coletiva realizada nesta quinta-feira (4), o delegado Raul Carvalho, da Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva, afirmou que, na segunda fase, a Operação Hooligans II foca nos mentores do crime. Na primeira fase, deflagrada em março, foram presos os suspeitos de executar o atentado.
“A gente trabalha com a linha investigativa de que sim, o ataque era premeditado à torcida rival. Porém a gente vai concluir isso somente após o término da investigação, porque o ônibus do Fortaleza é um ônibus completamente diferente de ônibus de torcidas organizadas. Então seria facilmente identificado para não se realizar o ataque por se tratar da delegação de um time”, afirmou o delegado.
Raul completou afirmando que “o ataque, em regra, acontece contra outras torcidas organizadas. Então, quando você tem um ataque completamente atípico a um ônibus de outra delegação, o que não tem antecedente em nosso estado, a gente abre essa outra linha de investigação (de que o ataque teria sido destinado à torcida cearense). Se o ônibus de delegação é tão diferente, vem escoltado, não se parece com ônibus de caravana - que eles conhecem tão bem -, por que realizar o ataque?”.
As duas pessoas presas foram o presidente e o vice-presidente de uma torcida organizada do Sport. Eles foram detidos na sede da uniformizada e encaminhados para Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Os suspeitos, que foram presos preventivamente, são acusados de premeditar e autorizar o ataque, respondendo por Tentativa de Homicídio, Associação Criminosa, Dano ao Patrimônio e Provocação de Tumulto.
“O presidente e o vice (da torcida organizada) tinham ciência do ataque e voz de comando para executar ou não. Conforme oitivas colhidas, eles não estavam no local. O ataque foi realizado por outras pessoas a mando deles. Um dos que foi preso já tinha passagem por tentativa de homicídio na nossa delegacia, e também por lesão corporal grave”, finalizou o delegado Raul Carvalho.
Já chega a seis o número de pessoas detidas que teriam envolvimento nos atos violentos contra a delegação do Fortaleza.
Ouça a matéria do repórter Lucas Arruda no 'Play' acima.
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