Número de microempreendedores individuais deve dobrar em seis anos, mostra pesquisa estadual
Crescimento médio do número de profissionais que empreendem por conta própria tem sido de 16,8% ao ano. Cidades do Recife, Petrolina e Serra Talhada são destaque em MEI
Foto: Marcelo Brandt/G1
O enxugamento do estoque de empregos formais, pós-recessão econômica, e a criação de novas plataformas de serviço, tais quais os aplicativos de transporte e delivery, têm mudado as relações de trabalho no país. Em Pernambuco, não seria diferente - múltiplas formas de geração de renda vêm ganhando espaço, sobretudo neste período de recuperação da economia. Pesquisa inédita do Governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, mostra que o contingente de microempreendedores individuais (MEI) deve dobrar de tamanho em seis anos. “É uma mudança estrutural nas relações de trabalho, e ainda há espaço para crescer. Contribui para isso uma agenda política mais liberal, de desburocratização dos serviços. Outras formas de organização do trabalho mostram isso em todo o mundo, é o que vemos com os aplicativos”, comenta a secretária executiva de Políticas de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Maíra Fischer.
O território pernambucano conta com 289.668 autônomos (números de outubro deste ano), 8,2% da população ocupada do estado, que é de 3,513 milhões de pessoas, segundo dados da PNAD (IBGE) para o segundo trimestre de 2019. De acordo com o levantamento, iniciado em abril de 2019, o crescimento médio do número de profissionais que empreendem por conta própria tem sido da ordem de 1,4% ao mês e de 16,8% ao ano no estado. Na comparação do número absoluto de MEIs em proporção à população em idade economicamente ativa (14 a 65 anos), as cidades do Recife, Petrolina, Serra Talhada e Afogados da Ingazeira apresentam as maiores taxas.
Segundo a pesquisa, promoção de vendas é a atividade econômica que mais cresce em todas as regiões pernambucanas. Nas cidades com mais de 55 mil habitantes, o crescimento está concentrado em serviços de transporte. Já os serviços domésticos são destaque nas localidades com menos de 55 mil pessoas.
Com relação a gênero, o levantamento identifica que um total de 159.896 dos MEIs do estado são do sexo masculino (55,2%). As atividades mais exploradas por eles são construção civil (6,75 mil), serviço de táxi (6,59 mil) e comércio varejista de vestuário (5,98 mil). Já as microempreendedoras do sexo feminino representam 44,8%, o equivalente a 129.772 mulheres. As atividades mais exercidas por elas são o comércio varejista de vestuário (16 mil), cabeleireiro (14 mil) e lanchonete (4,9 mil).
“Na recuperação de um cenário de crise, é natural que, no início, a geração de empregos de menor qualificação e também da informalidade. Depois, com a consolidação da recuperação econômica, a retomada dos empregos passa a ocorrer em maior grau no mercado formal”, avalia o economista Marcelo Freire, gestor de Desenvolvimento Econômico do Estado. A pesquisa comprovou ainda que o serviço de promoção de vendas é a atividade com maior crescimento médio mensal (+3,94%) em relação aos demais setores em Pernambuco. Por outro lado, os serviços de contabilidade são os que registram a maior perda mensal (-1,76%). “Apesar dos dados serem preliminares, essa queda pode estar vinculada ao desenquadramento legal”, esclarece o economista. A Resolução 137/17, do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN), excluiu contadores, assim como personal trainers e arquivistas de documentos, da relação de categorias permitidas a se tornarem microempreendedores individuais.
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