"Minha luta é por amor ao meu filho, eu não vou desistir", diz Mirtes Renata após 4 anos da morte de Miguel

Na semana em que se completa 4 anos desde a morte do menino Miguel, que caiu do 9° andar de um prédio de luxo do Recife, a mãe da criança, Mirtes Renata, afirma que o seu maior desafio é o judiciário de Pernambuco. Isso porque o caso, que ocorreu em junho de 2020, segue sem conclusão. 

A estudante de Direito ressalta que, além da demora no andamento do processo, ela também enfrenta o desafio emocional. “É muita saudade e todos os dias são difíceis. Chegar em casa, não ver meu filho, não abraçar, não dar cheiro. Nas datas festivas parece que dói mais e a saudade vem mais intensa”. 

Relembre o caso

Miguel morreu em junho de 2020, aos 5 anos de idade, quando estava sob os cuidados de Sari Corte Real, patroa de Mirtes. A criança  estava sem escola devido à pandemia e não tinha com quem ficar em casa, por isso, a mãe precisou levá-lo ao trabalho. 

Enquanto Mirtes passeava com o cachorro dos patrões no térreo, Miguel tentou entrar no elevador do prédio ao menos cinco vezes para encontrar com a mãe. Sarí, então, teria apertado o botão da cobertura e deixado a criança sozinha no elevador. Ao chegar na cobertura, o garoto saiu por uma porta corta-fogo, saltou sobre uma janela e subiu em um condensador de ar. O equipamento não aguentou o peso de Miguel, que caiu de uma altura de 35 metros. 

Sarí responde pelo crime de abandono de incapaz com resultado em morte. Inicialmente, foi determinada a prisão da patroa por 8 anos e meio. Em seguida, a pena foi reduzida para 7 anos. No entanto, até hoje ela responde em liberdade. 

Para Mirtes Renata,  desistir não é uma opção. “Essa minha luta é por amor ao meu filho. E eu não vou desistir de fazer justiça pela morte dele. Então, seguindo firme e forte, infelizmente com altos e baixos, eu nunca vou desistir”. 

Ouça a matéria da repórter Aline Melo no 'Play' acima.