Costurando caminhos: Pernambuco lança programa para promover exportação da indústria têxtil
A qualificada moda pernambucana enfrenta dificuldades para entrar no mercado externo
Foto: Reprodução/g1 Caruaru e Região
O maior mercado de confecções têxteis do Nordeste está no Agreste de Pernambuco, não por acaso apenas dez cidades, como Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, conseguem empregar mais de 250 mil pessoas, segundo a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe). As mais de 200 milhões de peças produzidas anualmente se destacam no cenário nacional, sendo cerca de 18% da produção total de jeans no país, com faturamento na casa dos R$ 6 bilhões.
No entanto, a qualificada moda pernambucana enfrenta dificuldades para entrar no mercado externo e se consolidar em países das Américas e Europa, principais importadores de produtos de vestuário que saem em massa da China.
Fonte: Comex Stat/MDIC
Dados da plataforma Comex Stat, do Ministério da Indústria e Comércio, mostram que Pernambuco, entre janeiro e setembro de 2024, foi o 10° estado que mais contribuiu para exportação de produtos da indústria têxtil. Mas os números ainda são baixos: cerca de 0,053% de toda a produção nacional; atrás, inclusive, do Ceará e da Bahia.
Fonte: Comex Stat/MDIC
O diretor-presidente da Adepe, André Teixeira, acredita na importância de dar melhores condições de infraestrutura e investimento para o setor. Com a Reforma Tributária, que, do ponto de vista fiscal, estabelece uma mesma régua para todos os estados, outros atributos devem ser utilizados para atrair investidores.
“A Adepe vem impulsionando os diversos arranjos produtivos aqui de Pernambuco, mas em especial, no Agreste com o polo de confecções, que recebe incentivos fiscais do estado. A gente vem trabalhando muito forte na exportação, para capacitar e qualificar essas empresas que aqui estão e incentivar a maioria dos eventos que tratam sobre o polo de confecções. Teremos eventos acontecendo em Caruaru, Santa Cruz, Taquaratinga do Norte e Cupira”, disse.
Um programa-piloto está em desenvolvimento: é o Exporta PE, para orientar e guiar empresas sobre o passo a passo da exportação. A primeira etapa já foi realizada, com entrega de Planos de Internacionalização aos empresários que planejam entrar em mercados estrangeiros.
Do ponto de vista do despachante aduaneiro Edmilton Ribeiro, antes de tudo, deve-se conhecer bem o país de interesse comercial.
“É fazer essa análise de mercado que vai estudar as regulamentações no país de destino, as tarifas, as restrições e as certificações necessárias. Outra estratégia muito importante é fazer parcerias locais. Às vezes você pode dispor de um distribuidor que já conhece o mercado. Ele pode comprar seu produto e revender lá. E outra dica muito importante é participar de feiras e missões comerciais no país para conhecer o local, conversar com as pessoas, e ter uma compreensão maior do mercado de destino”, aponta.
No Brasil, Pernambuco é referência em exportação de produtos como açúcares e melaços (23%); veículos automóveis de passageiros (20%); e frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas (11%).
Fonte: Comex Stat/MDIC
Juntas, essas indústrias representam mais da metade dos U$ 1,41 bilhão exportados entre janeiro e setembro de 2024. Há um caminho a ser trilhado pelo setor têxtil rumo a novos mares.
Com colaboração de Aline Melo, Lucas Arruda e sonorização de Djalma Teixeira
Reportagem - Maria Luna
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