Costurando caminhos: A infraestrutura logística de Pernambuco e a exportação de produtos do setor têxtil
Aeroporto Internacional do Recife é o modal mais utilizado para a exportação de roupas e tecidos
Foto: Reprodução/Aena Brasil
Pernambuco conta com uma infraestrutura logística composta por portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. É por meio dessas malhas viárias que as indústrias do estado escoam os seus produtos, a exemplo do setor têxtil, que é um pilar fundamental para a economia pernambucana.
O Porto de Suape, no Litoral Sul, é um dos símbolos logísticos de Pernambuco, sendo capaz de movimentar até 700 mil contêineres por ano. Mas no que diz respeito ao setor têxtil, o Aeroporto Internacional do Recife é o modal mais utilizado para a exportação de roupas e tecidos, segundo a coordenadora do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Sthefany Miyeko Nishikawa.
“A maioria das exportações de vestuário saindo de Pernambuco saem por via aérea. Se a gente for observar, a maior parte sai pelo Aeroporto de Guarulhos, Viracopos, principalmente com destino a América do Sul, acho que até pela distância, para chegar mais rápido e também a carga não é um volume muito grande que é exportado por mês. O Porto de Suape, por exemplo, em 2023 representou apenas 7% de participação de todo escoamento da produção de vestuário”, destaca.
No entanto, apesar do estado ser um ponto estratégico para o comércio exterior, a exportação da região não é isenta de gargalos. De acordo com o despachante aduaneiro, Edmilton Ribeiro, considerando dados de 2024, o Porto de Suape, que concentra um alto volume de cargas de importação, ainda possui uma atividade tímida de exportação. Ele detalha algumas das complexidades enfrentadas na infraestrutura logística do estado.
“Existem alguns entraves que acabam atrasando e gerando custos a mais com o transporte rodoviário. Também há a indisponibilidade de rotas diretas saindo do Porto de Suape para os países de destino. Por não ter muitas rotas, assim como o Porto de Salvador tem, então é um pouco mais caro por não ter essa oferta. O custo portuário, um dos mais elevados do Brasil, é o do Porto de Suape no que supõem a exportação”, aponta Ribeiro.
Além disso, as questões burocráticas, alfandegárias e até possíveis restrições com os produtos para o país de destino podem se tornar entraves na hora de exportar os produtos têxteis, como explica Edmilton Ribeiro.
“É interessante conhecer, além da regulamentação aduaneira do Brasil, também do país de destino, quais são as barreiras não tarifárias, eventualmente algum país pode ter alguma restrição com algum tipo de produto ou determinada cor, culturalmente não ser aceito ou passar uma imagem negativa, assim como a utilização também de símbolos nos vestuários, e tem que ser feita essa pesquisa em base no mercado-alvo, atentando para questões culturais e religiosas do local”, explica.
Mas, para que o setor logístico do estado possa funcionar em sua capacidade máxima, ainda há muito o que ser feito. A modernização da infraestrutura e a capacitação de mão-de-obra qualificada são caminhos que podem ajudar a superar os desafios existentes e traçar um futuro onde Pernambuco se consolida como importante fornecedor no mercado internacional de produtos têxteis.
Reportagem de Aline Melo, Lucas Arruda e Maria Luna.
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