Entre 2020 e 2021, o número de reservatórios que preocupam aumentou em 34,7%.
Foto: Divulgação/G1
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) registrou crescimento no número de barragens em estado crítico no Brasil. Ao todo, 187 delas apresentaram problemas e foram classificadas, pelo estudo, como estruturas que "preocupam" as gestões estaduais e a União. O número representa um aumento de 34,7% das barragens que estão nessa situação, entre os anos de 2020 e 2021. Somente em Pernambuco, 14 delas estão em estado crítico. De acordo com o órgão, o registro de barragens cadastradas no Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens - SNISB, apresenta um aumento desde o ano de 2017.
O crescimento de barragens implantadas no Brasil demonstra também um avanço nos valores voltados ao Orçamento da União para segurança do setor, ao mesmo passo, que o número de barragens em situação crítica preocupa devido aos riscos de acidente e de incidente. Somente em 2021, foram reportados 13 acidentes e 37 incidentes com barragens em 16 estados, especialmente na região central do Brasil.
Em Pernambuco, os principais problemas apontados nas estruturas das barragens são vazamentos, a presença de erosões, obras inacabadas, afundamento de lajes e ainda a proximidade com habitações. Entre as estruturas, estão as barragens de Jucati, no Agreste, de Cacimba Nova e de Poço Grande, no Sertão pernambucano.
POSIÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO
De dezembro de 2020 a fevereiro de 2021, as fortes chuvas que ocorreram no País, foram responsáveis pelos transbordamentos das barragens e o comprometimento das estruturas.
Das 22.654 estruturas cadastradas pelos órgãos fiscalizadores no Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB), 12.167 barragens (54%) apontam um registro de altura, 19.744 (87%) indicam volume e 11.488 (51%), revelam ato de autorização (outorga, concessão, autorização, licença), apresentando, portanto, regularização.
Segundo a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), entende-se como acidente quando a barragem apresenta comprometimento da integridade estrutural, resultando em colapso total ou parcial da estrutura.
Confira abaixo a lista das barragens em situação crítica em Pernambuco:
Jucati - Preocupa a APAC/PE pela presença de habitações e estruturas construídas na área de restituição do vertedouro.
Cipó - Preocupa a APAC/PE por apresentar vazamento nos muros laterais do vertedouro.
Cacimba Nova - preocupa a ANA pois em 2019 verificou-se nova percolação pelo maciço e fundação que colocaram a barragem em risco. Em 2017 a barragem rompeu e foram realizadas obras de recuperação do maciço e construção de ensecadeira para controle da percolação. Em 2020 não houve nenhuma alteração. Projeto de recuperação definitivo ainda não foi concluído.
Cachoeira - preocupa a APAC/PE por apresentar problemas no vertedouro.
Jaime Nejaim - preocupa a APAC/PE por presença de árvores, fissuras no concreto, vazamento na tubulação de descarga e problemas no vertedouro.
Sítio Chico Laurindo - preocupa a APAC/PE por apresentar erosão na fundação dos muros laterais, erosão regressiva no vertedouro.
Poço Grande - preocupa a APAC/PE por ser uma barragem inacabada, com formação de erosão regressiva na região do vertedouro e da ombreira esquerda.
Nilo Coelho - preocupa a APAC/PE por presença de erosões e desagregação na alvenaria do corpo da barragem, vertedouro e nos encontros com as ombreiras.
Pacote - preocupa a APAC/PE pela presença de percolação através da fundação da barragem, por sinais de carbonatação no paramento de jusante, por falta de projeto e responsável técnico da construção de uma espécie de sapata supostamente para conter o deslizamento do corpo do barramento.
Lagoa do Barro - preocupa a APAC/PE por afundamento próximo à ombreira direita, buraco no coroamento, erosões nos taludes, desalinhamento da crista, bem como, relatos dos funcionários da Compesa sobre percolação da base do talude de jusante.
Gurjaú - preocupa a APAC/PE pela existência de vazamentos na soleira do vertedouro, juntas de concretagem e provável subdimensionamento do vertedouro.
Barriguda - preocupa a APAC/PE por ter ocorrido afundamento da laje do canal de dissipação do vertedouro e formação de erosão regressiva.
Guilherme Azevedo - preocupa a APAC/PE por apresentar vertedouro aterrado e obstruído, talude de montante e ombreira tomados por vegetação incluindo árvores de grande porte, ausência de sistema de drenagem e surgência na base do muro lateral.
Pindoba - preocupa a APAC/PE por apresentar grande quantidade de arvores de diversos tamanhos no paramento de montante e ombreiras, por apresentar desalinhamento do meio fio o que pode indicar possível escorregamento do maciço e falta de sistema de drenagem.
Ouça a matéria do repórter Israel Teixeira, clicando no play acima.
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