Chuvas aumentam o aparecimento de cobras em áreas urbanas, especialista alerta para os riscos

Por Guilherme Camilo

O período de chuvas, comum nos meses de verão, traz consigo uma série de cuidados essenciais, especialmente em áreas urbanas. Além de ficar atento às orientações da prefeitura sobre alagamentos e riscos relacionados às chuvas, é fundamental também estar vigilante ao surgimento de animais silvestres que, por conta das condições climáticas, podem buscar refúgio em ambientes urbanos. Esse é o caso das cobras, sapos e até jacarés que, frequentemente, acabam aparecendo em áreas residenciais durante a temporada de chuvas.

Recentemente, filhotes de cascavel foram avistados no bairro de Candeias, em Jaboatão, o que acendeu um alerta para os riscos de encontros com serpentes em ambientes urbanos. As serpentes, como a cascavel, são animais peçonhentos e, quando se encontram em locais urbanos, podem oferecer riscos à saúde e segurança dos moradores.

Segundo o biólogo André Maia, o período chuvoso faz com que as cobras saiam em busca de locais mais quentes para se abrigar, o que pode levar para perto de animais dessas residências.

“Geralmente, quando chove, a temperatura baixa e as serpentes, que têm a temperatura do corpo variável, procuram locais mais quentes para se aquecer. Isso pode ser uma casa, o motor de um carro, o próximo à máquina de lavar, ou até mesmo perto de um fogão. Esses locais são ideais para que elas se protejam da baixa temperatura", disse André Maia.

O especialista explica ainda que, apesar do pequeno porte dos filhotes de cascavel, esses animais já possuem veneno suficiente para causar sérios danos à saúde humana.

"Desde que nascem, as cascaveis já têm peçonha suficiente para matar seres humanos. É uma toxina muito forte, então a recomendação é não mexer no animal. Se for possível, uma pessoa pode tentar isolá-lo em um balde e acionar as autoridades competentes para o resgate", destaca o biólogo.

Cobras comuns na região

Diferentes espécies de serpentes podem ocorrer na Região Metropolitana do Recife. Segundo André Maia, alguns, como jiboia, caninana, cobra-cipó e cobra-verde, são conhecidos por escalar paredes. No entanto, a cascavel, espécie recentemente avistada em Jaboatão, não possui esse hábito.

"A cascata não sobe em paredes, a menos que haja alguma estrutura muito irregular que permita a escalada. Mas, no geral, elas permanecem no chão ou escondidas em locais baixos.”, pontuou.

Além disso, é importante lembrar que matar ou perseguir animais silvestres é crime ambiental e pode gerar multas elevadas .

"Maltratar, perseguir ou matar um animal silvestre pode gerar multas, que variam conforme a interpretação do órgão ambiental. Um exemplo recente foi a multa de R$ 20 mil aplicada a uma mulher que matou uma onça-parda. No caso das cobras, o ideal é sempre acionar as autoridades para garantir tanto a segurança das pessoas quanto a preservação da fauna", ressaltou André Maia.

O que fazer ao encontrar um animal peçonhento?

A forma mais segura é manter distância e, se possível, isolar a área. Além disso, deve-se acionar os órgãos competentes para a remoção do animal de forma segura, sem colocar em risco a integridade das pessoas envolvidas.

Em Jaboatão dos Guararapes, o número de contato para o GAMA (Grupo de Apoio a Meio Ambiente) é o (81) 9.9975-5886. Já no Recife, a CIPOMA (Companhia Independente de Polícia Militar de Meio Ambiente) é o órgão responsável pelo resgate, através do número (81) 3181-1700, e a CPRH (Companhia Pernambucana do Meio Ambiente) atua no estado para dar apoio em situações como essas, juntamente com o Corpo de Bombeiros, acionado pelo 193 ou um efetivo especializado da Polícia Militar, pelo 190.

É essencial lembrar que, ao se deparar com uma cobra ou outro animal silvestre em ambiente doméstico, a ação mais segura é não tentar capturar ou matá-lo.