Nova intervenção de redesenho urbano no Largo Dom Luiz vai dar mais segurança para os pedestres
Ao todo, serão beneficiados mais de 1.700 pedestres que se locomovem diariamente no horário de pico
Foto: Reprodução
Nesta sexta-feira (26), a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Política Urbana e Licenciamento (Sepul) e da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), entregou um novo projeto de desenho urbano para a área do Largo Dom Luiz, na Zona Norte da cidade, com o objetivo de ordenar o trânsito e levar mais travessias e espaços para os pedestres com uso de urbanismo tático. O projeto foi feito em parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global. A Secretaria Executiva de Inovação Urbana foi parceira do projeto e levou os artistas Veio Art e Alê Lopes para fazer as pinturas, que também tiveram participação dos próprios moradores.
Com a mudança, foram implantadas 10 novas faixas de pedestres para garantir uma mobilidade mais segura para quem anda a pé. Além disso, os refúgios de pedestres foram implantados entre as travessias, tanto para ampliar as áreas de convivência, quanto para reduzir o espaço entre uma travessia e outra, garantindo, assim, mais comodidade para quem precisa seguir de um lado para outro das vias do entorno. Além disso, a Rua Joaquim Teixeira, que tinha o sentido duplo de circulação, passou a ser mão única em direção ao Largo Dom Luiz. Os condutores que utilizariam o sentido contrário poderão acessar a Avenida Norte como rota alternativa e retornar pela Rua Guaiçara.
Em pesquisa realizada antes da implantação, foi verificado que 72% das pessoas não se sentem seguras com o trânsito da rua e 74% dos entrevistados não se sentiam seguros ao realizar as travessias. Além disso, 76% das pessoas na área utilizam meios de transportes sustentáveis, como a pé, de bicicleta ou de transportes públicos. Dessa forma, o espaço viário, que antes era de apenas 20% para o pedestre, passou a ser 50% destinado para as pessoas que andam a pé no local.
Um desafio da implantação revelado no local foi a adequação do transporte público ao novo desenho viário. Equipes técnicas da CTTU fizeram estudos de geometria das vias no entorno para garantir a mobilidade do transporte público de forma que não prejudicasse a segurança viária do pedestre. Dessa forma, nenhum movimento foi suprimido para ter acesso ao Morro da Conceição.
“Redesenhar o espaço urbano para dar mais espaço às pessoas é imaginar possibilidades diferentes para as nossas ruas. No Largo Dom Luiz, estamos proporcionando mais segurança viária, tanto pelo aumento das travessias, quanto, também, pelo ordenamento de trânsito para diminuir a velocidade dos veículos motorizados”, destaca a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.
A Secretaria Executiva de Inovação Urbana foi responsável pela interlocução entre a comunidade e a CTTU, ouvindo os moradores do entorno, suas demandas e facilitando a apresentação da proposta de urbanismo tático para o espaço. Ao todo foram realizadas 03 reuniões para definir o projeto final. A secretaria articulou, junto à Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global, a contração dos artistas Veio Art e Alê Lopes, responsáveis pela intervenção artística do espaço onde foram realizadas pinturas em referência a Nossa Senhora da Conceição e que representam o Morro da Conceição. A logística dos materiais necessários e a equipe de operacionais da secretaria também estiveram presentes colaborando com as pinturas e o andamento de toda a intervenção.
O uso de urbanismo tático tem sido um método utilizado para redução de sinistros de trânsito no Recife. Ao todo, já são mais de 350 mil pessoas beneficiadas com as intervenções, que já somam mais de 30 áreas. De acordo com as notificações da CTTU, ocorreu uma redução de 41% de sinistros com vítimas após as intervenções. Áreas como o Largo da Paz tiveram sete sinistros com vítimas entre janeiro e fevereiro de 2019 e, no período do ano seguinte, duas ocorrências. Na Avenida Cruz Cabugá, o número também caiu de 23 para 14 no mesmo período. Na Avenida Conde da Boa Vista, a mudança foi de 22 para quatro sinistros com vítimas também neste período.