Ministras Anielle Franco e Ana Moser divulgam relatório sobre combate ao racismo nos esportes
Documento prevê ações como pesquisas e articulação com entidades esportivas para combater este crime
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a ministra do Esporte, Ana Moser, e o secretário de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira, divulgaram, nesta quinta-feira (3), o relatório do grupo de trabalho que se dedicou a pensar estratégias e políticas para o combate ao racismo nos esportes.
Os dois ministérios, em conjunto com o Ministério da Justiça, têm se reunido desde fevereiro deste ano para pensar ações que tornem possível o fim do racismo nos esportes, em conjunto com a sociedade civil, confederações esportivas e representações de torcidas organizadas.
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Para a ministra Anielle Franco, o programa Esporte Sem Racismo, que será lançado a partir do trabalho do GT, tem um papel que vai além da conscientização. "Esse programa diz muita coisa para além de uma conscientização de uma sociedade que infelizmente ainda temos esse racismo, é, também, dar condições a todas as pessoas que estão adeptas ao esporte. Quando a gente fala de racismo no esporte, a gente fala de como a gente cria condições para aquelas crianças que não tem acesso nenhum, por exemplo, a se manterem nesses espaços”.
A ministra dos Esportes, Ana Moser, pontuou que o programa “as secretarias começaram a se encontrar desde de fevereiro para criar uma visão de intervenção a partir do esporte contra o racismo”.
Também presente na coletiva, o secretário de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira, afirmou que “o esporte é um espaço que devemos enfrentar com muita seriedade o racismo, o esporte é um espaço de formação, é um espaço de inclusão, é um espaço de integração da sociedade brasileira, e não podemos conviver com o racismo.”
Entre as ações apontadas no relatório, está a criação de um selo e um prêmio, que certifiquem entidades esportivas antirracistas e campanhas em estádios e outros espaços de práticas esportivas, que conscientizem sobre a importância de se combater o racismo nestes espaços.
Ao final do relatório, constam também algumas recomendações. Entre elas, a produção, levantamento e análise de dados, estatísticas, pesquisas, indicadores, monitoramentos, avaliações e outros instrumentos de inteligência que sirvam como base de evidências para fundamentar políticas públicas e ações da iniciativa privada no combate ao racismo e promoção da igualdade racial no universo do Esporte.
Em maio deste ano, o Ministério da Igualdade Racial firmou um Memorando de Entendimento com a Espanha, num esforço inédito para o combate ao racismo entre os dois países. Um dos destaques do acordo é a previsão de que os dois países “dediquem atenção especial à luta contra o racismo nas atividades esportivas”.
A assinatura ocorreu poucas semanas antes do mais grave ataque racista contra o jogador de futebol Vinícius Jr, que foi chamado de macaco por um estádio de futebol lotado durante um jogo entre o Real Madrid e o Valencia.
