Consórcio liderado por empresa pernambucana arremata Terminal de Granéis Sólidos de Suape
Investimentos devem chegar aos R$ 59,8 milhões
Foto: Suape/Divulgação
O Porto de Suape dá início a uma nova e promissora etapa em suas operações de granéis sólidos. Na tarde desta quarta-feira (30), o consórcio SUA Granéis, formado pelas empresas Agemar, Loxus e Marlog, tornou-se o novo arrendatário do Terminal de Granéis Sólidos de Suape (TGSS) e vai explorar o equipamento por um período de 25 anos. O TGSS está localizado na retroárea do Cais 5, em um espaço de 72 mil metros quadrados. O projeto deverá render, nos próximos meses, investimentos da ordem de R$ 59,8 milhões ao atracadouro pernambucano. O edital de licitação foi anunciado no início de março pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
O espaço foi projetado para movimentar e armazenar granéis vegetais e minerais, e carga geral. A celebração do contrato está prevista para este ano e o início das operações, em 2024. A área está localizada no porto interno de Suape, na margem oposta ao Estaleiro Atlântico Sul (EAS). A futura empresa arrendatária deverá realizar investimentos para que o terminal seja dotado de capacidade estática mínima total de 12 mil toneladas, além da aquisição de sistemas de recepção rodoviária, sistema transportador de correias e equipamentos equivalentes para garantir a produtividade (prancha média geral) de 549 t/h (toneladas por hora) e 128 t/h, para a movimentação de coque de petróleo e açúcar ensacado, respectivamente.
Presente no leilão, o diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão, cumprimentou a plateia em nome do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e do secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Geraldo Julio. Gusmão comemorou o desfecho positivo do certame e reforçou que o novo arrendamento deverá incrementar as operações. “Suape vai, daqui a cinco anos, triplicar sua movimentação, e se estabelecer como um dos mais movimentados do Brasil e o principal do Norte/Nordeste. Estamos muito satisfeitos com todo o apoio da Secretaria Nacional de Portos e do Ministério da Infraestrutura para este ato. Quero cumprimentar de forma calorosa o grupo pernambucano que teve a oportunidade, junto com duas outras empresas, de conseguir arrematar esse empreendimento. Contem com Pernambuco para qualquer tipo de investimento”, discursou.
"O leilão realizado na B3 hoje em São Paulo permite que Suape tenha um terminal com investimentos de R$ 59,8 milhões. Um terminal já existente que terá uma operação prevista, em seu primeiro ano, de 570 mil toneladas, gerando 100 empregos diretos. Tudo isso aumenta a potencialidade de Suape como hub no Nordeste. O terminal gera também receita fixa de R$ 3 milhões, mais uma receita variável, permitindo o porto movimentar açúcar, barrilha e outros granéis sólidos, ampliando as possibilidades", salientou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio, que também esteve presente no leilão.
INCREMENTO
Para o diretor de Planejamento de Suape, Francisco Martins, o arrendamento amplia as possibilidades de negócios. “É uma conquista que deve ser celebrada. Suape terá um novo parceiro que deverá intensificar a movimentação de granéis sólidos e diversificar as operações nos próximos 25 anos. Já temos uma demanda importante para produtos como coque de petróleo e açúcar ensacado e a nossa expectativa é de que o leque seja ampliado para novos granéis. Esperamos que a novidade possa gerar novos negócios, investimentos e mais empregos para a região”, avaliou Martins.
“O Consórcio SUA Granéis é constituído de três empresas com know how no transporte de coque verde de petróleo, que é a carga principal desse contrato. Já vínhamos estudando esse terminal há mais de dois anos, desde que ele entrou na EPL (Empresa de Planejamento e Logística do governo federal) e TCU (Tribunal de Contas da União). Acompanhamos todos os trâmites. Foi um trabalho de dois anos e hoje saímos muito felizes com o resultado. Há muito trabalho a fazer e desafios pela frente. Temos a expectativa de dobrar essa produção de coque com o segundo trem da Refinaria Abreu e Lima e acreditamos que teremos bastante êxito nos próximos 25 anos", ponderou o representante do consórcio, Manoel Ferreira Neto.
Antes do arrendamento desta quarta-feira, o espaço se encontrava, sob contrato de transição, com a empresa pernambucana M&G São Caetano, que permanecerá no terminal até o fim do ano. O equipamento foi oferecido à companhia após a devolução da área pela Agrovia do Nordeste e autorização da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA). A M&G São Caetano participou do chamamento público em 2020 e ofereceu o maior preço do certame transitório. O terminal tem capacidade para movimentar de 500 a 600 mil toneladas de carga por ano. Regularizado e cumprindo todas as exigências de licenciamento ambiental, o TGSS funciona por meio da operação do shiploader, equipamento portuário utilizado no transporte de granéis dos armazéns para os navios. O terminal voltou a operar desde junho do ano passado.